segunda-feira, fevereiro 28, 2005

saber ventar

hoje é daqueles dias que só basta ventar...
os olhos enchem de água e não se consegue mais engolir.
acordo muito antes do sonho acabar e
ainda com o sono mal resolvido.
fico ruminando os pensamentos
e cada vez mais o peito dói.
começo a sonhar e de repente acordo
com os olhos cheios e a garganta entupida de choro.
que dia é esse?
que eu sou esse?
hoje pensei em ver o tumulo
daqueles que eram muito próximos.
a morte é uma coisa louca
somos fascinados por ela e
em pânico ficamos quando ela está pronta.
...
falo da morte
do significado da morte
do próprio rito
da passagem
ela deve nos parecer próxima e
não deve ser desconhecida,
é preciso apender a convive-la.
é por ela
que nascem os filhos
que se reparte a vida
a ida e a vinda de muitas coisas.
é uma porta que se abre.
e se não formos rápidos ela se fechará.
e de novo sem a mudança
sem andança
sem a revolução
sem solução
sem sabor
sem saber
sobreviver...
ficamos imóveis
sem vida
vidinha...

Um comentário:

Nicole Zeghbi disse...

Da morte eu conheço
o cheiro impessoal,
o tempo já improvável,
a lâmina fria do inevitável corte!
Depois... Depois sei também da culpa, da saudade e da estranheza causada pelo tempo!